Chega de vampiros vegetarianos, bonzinhos e que brilham à luz do dia. Com a pré-estreia hoje da refilmagem de "A Hora do Vampiro", os grandes estúdios ressuscitam das cinzas dos caixões o vampiro sedutor, assassino, violento e, é claro, malvado. Um herdeiro direto e digno das presas e das adaptações cinematográficas de Drácula imortalizadas por Bela Lugosi e Christopher Lee.
A estreia de "Crepúsculo" em 2008, um fenômeno nas bilheterias que seguiu o sucesso dos livros de Stephenie Meyer, fez com que a figura dos vampiros voltasse à moda. Se o filme conquistou milhares de fãs, decepcionou os aficcionados pelos filmes, pela mitologia e pela figura dos vampiros.
Parte da essência do personagem imortalizado na literatura por Bran Stoker (embora a lenda do vampirismo exista desde civilizações como a Mesopotamea e a Grécia Antiga), perdeu-se em "Crepúsculo", que apresentou um vampiro adolescente, que brilhava à luz do sol, que não bebia sangue, que convivia tranquilamente com os humanos, ia à escola, assistia às aulas sem causar problemas, tirava boas notas e, essencialmente, era um bom menino aos 109 anos.
Presas sangrando
Com "A Hora do Espanto", o vampiro retoma o seu papel de vilão imortalizado desde o "Nosferatu" de F.W. Murnau, em 1922. O filme é uma refilmagem de um clássico de 1985. O original foi dirigido por Tom Holland e tinha Chris Sarandom como vampiro. Na nova versão, Graig Gillespie assina a direção e o papel de vilão fica com Colin Farrell.
No filme, o adolescente Charles Brewester (Anton Yelchin) desconfia que seu novo vizinho, Jerry Dandrige (Colin Farrel), é um vampiro responsável por uma série de mortes. Ninguém acredita em Charles e ele procura a ajuda de um mágico de Las vegas, Peter Vincent (David Tennant), que se diz caçador de vampiros.
O filme original tinha um ar de homenagens tanto a Hitchcock, no adolescente espionando o vizinho suspeito de ser um assassino (o clássico "Janela Indiscreta"), quanto aos antigos filmes de terror da Universal e da Hammer na figura e no nome do caçador de vampiros Peter Vincent (Peter Cushing e Vincent Price foram ícones do cinema de terror dos anos 1950 e 1960).
São elementos que a refilmagem parece ter perdido pelo que os trailers e cenas dos filmes já divulgados demonstram. Talvez reflexo do fato de que parte do público não tenha se acostumado a ver Van Helsing (Peter Cushing) caçando Drácula (Christopher Lee) pelas catacumbas londrinas, mas sim ver vampiros brilhantes pulando pelo topo das árvores em uma floresta americana em um lindo amanhecer.
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