sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Primeiro filme da trilogia Millenium rende thriller impactante

Até que demorou para Hollywood adaptar a série "Millennium". Desde 2005, a trilogia escrita pelo sueco Stieg Larsson (1954-2004) vendeu 65 milhões de cópias e se tornou um dos maiores fenômenos recentes do mundo editorial, perdendo apenas para as franquias "Harry Potter" (450 milhões de livros vendidos) e "Crepúsculo" (120 milhões). Mas foi só depois do sucesso da adaptação sueca do primeiro livro, "Os Homens que Não Amavam as Mulheres", que os estúdios deram sinal verde para o projeto. Mesmo assim, não deixa de ser surpreendente que ele tenha sido feito e chegue nesta sexta-feira (27) aos cinemas brasileiros trazendo na bagagem cinco indicações ao Oscar 2012 (a maioria técnicas). A comparação com os best-sellers juvenis só é válida mesmo para vendas. Os livros de Larsson são claramente voltados para o público adulto e não são nada leves: estupros, fanáticos religiosos, violência, acessórios sexuais, assassinatos em série, brutalidade, nada que facilite uma censura abaixo de 18 anos, número mágico para as bilheterias crescerem com facilidade. Pois os norte-americanos apostaram na popularidade da série e entregaram o projeto nas mãos de David Fincher – se o diretor tem projetos acessíveis e maduros como "A Rede Social" e "O Curioso Caso de Benjamin Button", foi celebrado mesmo por seus trabalhos mais desafiadores, caso de "Seven" e "Clube da Luta". Pode-se perguntar por que diabos Fincher se interessou em refazer algo que os suecos já tinham filmado, e que rendeu tantos elogios a Noomi Rapace, a atriz no papel da hacker Lisbeth Salander. Mas olhando as duas adaptações, percebe-se que "Os Homens que Não Amavam as Mulheres" não seguiu a fórmula fácil do remake: a abordagem é outra. Não seria exagero dizer que se tratam de filmes diferentes, um bom e outro apenas regular. Fugindo do padrão, a versão norte-americana é bastante superior.

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